segunda-feira, 22 de abril de 2013

"Rádio Fluminense FM, a porta de entrada do rock brasileiro nos anos 80", Maria Estrella (disponível no kindle)


Acompanhei bem a Fluminense FM, a Maldita. Dois de meus grandes amigos de infância, Sergio Vasconcellos e Amaury Santos, estavam entre os principais criadores. Algumas vezes fui a Niteroi para ouvir ao vivo e emprestar discos. Inovando como fez a rádio, o livro também está disponível no kindle. Clique aqui.

Aliás, a Folha de S. Paulo de ontem fez uma interessante reportagem sobre os ebooks. Leia.

Livro virtual fortalece pequenas editoras
Custo zero com impressão e transporte é vantagem; no exterior, minieditora publicou "Cinquenta Tons de Cinza"
Pequenas se concentram em distribuir e-books a lojas como a Amazon; no Brasil, são alternativa às editoras tradicionais
RICARDO MIOTODE SÃO PAULO
Com o crescimento do mercado de e-books, os custos reduzidos de operação de uma editora virtual, que não tem gastos com impressão e logística, devem fortalecer as pequenas empresas do setor.
O assunto chama a atenção da Câmara Brasileira do Livro, tradicional entidade do setor. O livro digital será protagonista do seu próximo congresso, em junho.
O debate surge porque o e-book está, talvez tardiamente, despertando no Brasil. O país tem, hoje, 11 mil títulos digitais. Reino Unido e EUA já passaram de 1 milhão. No mercado norte-americano, os digitais já representam 22% dos gastos com livros.
No exterior, pequenas empresas se especializaram em oferecer a autores em busca de fama a distribuição dos seus livros para aparelhos como o Kindle e o iPad.
Elas viraram sensação depois que uma delas, a obscura Writer's Coffee Shop, distribuiu às lojas virtuais dos e-books "Cinquenta Tons de Cinza", romance erótico sobre sadomasoquismo escrito pela produtora inglesa de TV Erika Leonard James.
O boca a boca -ou, no caso, o "teclado a teclado"- fez o serviço -e o livro, que saiu diretamente em formato virtual- virar uma sensação.
Só quando o barulho já era grande uma editora tradicional entrou no jogo.
No Vale do Silício, outras pequenas empresas já conseguiram dinheiro de investidores para se especializar em oferecer o serviço de distribuição virtual a autores que não conseguem -ou não querem- publicar por uma editora tradicional.
Essas empresas também ajudam o autor a conseguir um número ISBN, que é o cadastro no sistema de registro internacional de livros. O autor, que negocia com a editora virtual qual fatia das vendas ficará para ela, pode até escolher o preço do seu livro.
Desnecessário dizer que a grande maioria dos livros fica muito longe de virar um "Cinquenta Tons de Cinza". Mas os dados da Amazon, maior vendedora de livros virtuais nos EUA e no Reino Unido, mostram que o título não é o único caso de livro autopublicado -ou seja, sem uma editora tradicional, mas utilizando os serviços de uma distribuidora virtual- que faz sucesso.
Em 2012, 15 dos 100 livros mais vendidos pelo site foram publicados assim. A Amazon e a Apple têm se esforçado para fazer os autores irem diretamente a eles, cortando os intermediários e, assim, os preços. Jornais como "New York Times", que tradicionalmente não resenhavam livros "independentes", mudaram a sua política.
BRASIL
No Brasil, já há pequenas editoras oferecendo o serviço de edição digital. Duas delas são a Digital Books Editora (digitalbookseditora.com.br) e a KBR Editora (kbrdigital.com.br).
Elas cobram para dar ao livro um ISBN, uma capa e uma comercialização na Amazon, na Livraria Cultura virtual e na Saraiva.com.br, entre outras lojas -no caso da Digital Books, R$ 245; na KBR, o preço varia conforme o título.
Entre os livros já publicados, Noga Sklar, editora da KBR, cita, por exemplo, "O Rabino e o Psicanalista", coletânea de contos de temática judaica de Rosane Chonchol, que já vendeu cerca de 2.000 cópias na Amazon. "Para o mercado brasileiro, é muito expressivo", diz Sklar.
Para quem quiser vender o livro apenas na Amazon, é possível ainda utilizar o serviço de edição próprio dela, o Kindle Direct Publishing. Não há revisão nem nenhum tipo de apoio técnico, e o livro também não recebe ISBN.
Não é possível saber se surgirá em algum momento um e-book best-seller brasileiro como "Cinquenta Tons de Cinza" longe das grandes editoras. Mas vale lembrar que, no mercado de entretenimento nacional, músicos e comediantes descobriram que não é impossível fazer sucesso sem grandes gravadoras ou produtoras.
No Brasil, um exemplo recente é o canal independente de humor "Porta dos Fundos", cujos vídeos costumam ter mais de 2 milhões de espectadores da internet.

Críticos apontam falta de qualidade editorial
DE SÃO PAULOEmbora as pequenas editoras estejam fazendo sucesso no exterior, os críticos de livros americanos têm apontado falta de critério na publicação de livros por essas novas empresas virtuais.
Em artigo em abril do ano passado, por exemplo, a crítica Sarah Fay, da revista "The Atlantic", causou polêmica ao dizer que essas editoras têm sido "aglutinadoras de mediocridade".
Para ela, "esses e-books com frequência sofrem com escrita ruim e muitos erros de inglês. As editoras tradicionais têm as suas limitações, mas a boa literatura ainda precisa de editores, agentes, revisores e designers".
Javier Celaya, especialista espanhol em publicações digitais que virá ao Brasil para o congresso da Câmara Brasileira do Livro, concorda que "uma editora que não cuida das suas versões digitais está colocando o seu futuro em perigo", mas acha que o mercado tende a se ajustar.
"Em design, por exemplo, diria até que, nos últimos meses, tenho visto mais inovações na tela do que no papel."
Essa discussão deve chegar rapidamente ao Brasil. Em dezembro, estrearam no país a Amazon, a Kobo (parceira da Livraria Cultura no mundo digital) e a venda de e-books nacionais pelo Google Play.
A Apple já estava no mercado desde outubro e é líder -há 3 milhões de iPads e iPhones no país, mas o Kindle, da Amazon, alcança só dezenas de milhares de leitores.
As grandes editoras estão dedicando grande atenção ao mercado. Mas isso não significa que as pequenas não possam concorrer, diz Celaya.
"Na era digital, toda editora, independentemente do tamanho, pode distribuir até em nível global."




sábado, 20 de abril de 2013

"História das livrarias cariocas", de Ubiratan Machado. O livro, o texto do Globo

O delicioso caderno "Prosa & Verso" do Globo publicou hoje quase três páginas sobre o livro "História das livrarias cariocas". Não vi ainda e gostei. Preço salgado. Vou comprar quando ganhar um extra. Recomendo mesmo sem ler. Quer saber detalhes de preço etc, clique aqui. Quer saber mais sobre o livro, leia no Globo.


Imagem ilustrativa

quarta-feira, 17 de abril de 2013

"Por trás da notícia, o processo de criação das grandes reportagens", Edson Flosi


Um aluno descobriu pesquisando sobre New Journalism na minha aula e achei interessante. Já encomendei o meu exemplar via internet e em breve comento aqui no nosso blog. Vejam a pequena sinopse publicada no site da Livraria da Travessa:

"Autor de mais de 500 reportagens assinadas e publicadas em grandes veículos da imprensa, Edson Flosi apresenta neste livro uma amostragem histórica do jornalismo à moda antiga. Reproduz o texto integral de 15 grandes reportagens publicadas no Jornal da Tarde e na Folha de S.Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, acrescidos de imperdíveis comentários sobre seus bastidores, além de preciosas dicas de a puração, processo de criação e produção das matérias."

Para saber mais, clique aqui.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

"Repórter no volante", Sylvia Moretzsohn



Está sendo lançado. É sobre histórias de motorista de redações. Já encomendei meu exemplar. Convivi com muitas dessas feras e mostro aqui para quem quiser e tiver tempo de ler uma crônica que escrevi sobre o saudoso Dodô do Globo. 

Dodô e o Judas

"QUEM TRABALHOU NO GLOBO, na década de 70, lembra dele. Chamava os filhos do homem de Robertinho, Joãozinho e Zezinho e dizia que tinha sido motorista do velho Irineu. Dr. Roberto era Dr. Roberto. Mas quando era demitido e precisava do apoio do homem, virava Roberto mesmo. Certo dia, numa dessas vezes, interpelou o patrão com sua voz miúda:

- Roberto, aquele filho da puta do meu chefe me demitiu mais uma vez...
E chorou diante do nosso saudoso ex-companheiro, que sempre arranjava um jeito de contornar a situação.

Tinha o hábito de dormir no carro da reportagem, assim que chegava para trabalhar. Já no final da carreira, era escalado para fazer a madrugada. Pequenas tarefas como buscar algum repórter retardatário no centro da cidade ou pegar o mapa do tempo.

Como já era um sexagenário (ou seria um septuagenário? Não sei direito) costumava esquecer que o Rio de Janeiro mudara bastante, e ignorava os túneis Santa Bárbara e Rebouças. Uma corrida para o Leblon, por exemplo, era um verdadeiro tour pela cidade: descia pela rua Marquês de Pombal, entrava pela rua do Riachuelo, Lapa, Glória, Flamengo. Aterro? Nem pensar? Ia mesmo por Botafogo, Túnel Novo, Copacabana, Ipanema, e, finalmente, Leblon. Os “focas” estranhavam, mas ficavam calados. Os veteranos avisavam logo ao sair:

- Dodô: vamos ao Leblon, mas pelo túnel, tá bom?

Um dia, quando saiu para buscar o mapa do tempo, desapareceu. Meia-hora, uma hora, duas horas... nada do Dodô. O saudoso Deodato Maia, secretário de Redação, acostumado com os sumiços da figura, deu aquele grito característico que costumava acordar até o Zé Luiz (um negão que quebrava todos os galhos na redação, e que também tinha o hábito de dar as suas cochiladas):

- Cigarrinhoooooooooooooooo! Corre atrás do Dodô que ele sumiu.

Cigarrinho, outro faz-tudo da redação, não precisou ir longe. Bastou virar a rua Irineu Marinho para avistar, de longe, a antiga Rural parada na esquina de Marquês de Pombal com Mem de Sá: no volante, dormindo, Dodô.

Uma vez, ficou mais de um mês sem falar com os colegas de trabalho – aí incluído motoristas, repórteres, fotógrafos, chefes e até o pipoqueiro que fazia ponto na porta do Globo. Também, pudera. Era época de malhação do Judas, e alguém arranjou um boneco daqueles. Os carros da reportagem eram as antigas Brasília de quatro portas. Um sacana colocou o Judas no banco de trás da Brasília, tocou no ombro de Dodô e determinou:

- Dodô: vamos para Copacabana.

Às gargalhadas, os outros sacanas acompanharam Dodô ligar o carro e seguir caminho em direção à Rua Riachuelo. Souberam depois que, ao atravessar o Túnel Novo, naquele tour característico, Dodô, olhou pelo retrovisor e perguntou:

- Que rua de Copacabana? “

Silêncio total.

- Que rua de Copacabana, pô? – insistiu.

Na terceira, virou-se para trás e viu o boneco estendido no banco. Dizem que Copacabana inteira ouviu o grito:

- Filhos da puta!!!!

"Pimenta Neves, uma reportagem", Luiz Octavio de Lima


Como costumo dizer aos meus alunos na faculdade, leio tudo que é livro que tem como título a palavra Jornalismo, Repórter, Reportagem, Imprensa etc. E não poderia ser diferente com esse livro sobre o Pimenta Neves, que acabo de encomendar. Abaixo a sinopse publicada na Livraria da Travessa.

"No dia 20 de agosto de 2000, o diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta Neves, de 63 anos, matou a namorada Sandra Florentino Gomide, editora da área econômica, de 32, com um tiro nas costas e outro na cabeça, quando ela se preparava para montar seu cavalo Oceano, no Haras Setti em Ibiúna.

O assassinato de Sandra marcou também o fim da carreira extraordinariamente bem-sucedida de Pimenta Neves e foi amplamente coberto pela imprensa nacional. Passados 12 anos do crime, com o criminoso finalmente cumprindo sua pena em Tremembé, no interior de São Paulo, havia ainda muito a desvendar sobre a vida do jornalista, seu relacionamento com Sandra, as origens de ambos e os fatos que culminaram com a tragédia conhecida de todos.

Em Pimenta Neves – Uma Reportagem, não apenas são detalhadas as circunstâncias do crime, mas traçado um relato biográfico daquele que o cometeu. Com base em extensa pesquisa, acesso aos documentos do processo e do julgamento, e cerca de 100 entrevistas - algumas no exterior –, foi recuperada sua trajetória de vida, do berço familiar em Batatais e Araraquara, onde o jornalista iniciou amizades de toda a vida com personalidades da vida cultural como Ignácio de Loyola Brandão, José Celso Martinez Corrêa e tantos mais, a sua vivência em importantes redações - inclusive como correspondente do Estadão nos primeiros momentos de Brasília, ao lado de Vladimir Herzog –, e suas experiências como correspondente internacional e diretor do Banco Mundial, em Washington."