sábado, 14 de julho de 2012

"Esse é meu tipo", Simon Garfield

Para saber mais, clique aqui.

Leia a matéria sobre o livro e o autor publicada hoje na Folha de S. Paulo.

Livro compõe retrato curioso da tipografia
"Esse É Meu Tipo", trabalho do inglês Simon Garfield, narra em tom jornalístico, para leigos, a evolução das fontes digitaisCLAUDIO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA


Este não é um livro técnico, pensado e escrito para designers gráficos -os usuários naturais das fontes digitais.
O jornalista inglês Simon Garfield também não é um especialista no assunto, mas mostrou-se um observador atento ao descrever os vários aspectos da modernidade sob a ótica do design tipográfico no livro "Esse É Meu Tipo", que chega agora ao Brasil.

No fundo, ele confronta o conceito de qualidade com a complexidade da comunicação visual contemporânea.

As manifestações da tipografia no cotidiano normalmente interessam apenas aos profissionais.
Com uma abordagem jornalística de fatos e personagens importantes ou curiosos da história antiga e recente da tipografia, o autor aproxima esse universo do leitor comum, ligado essencialmente ao conteúdo da mensagem.

Entretanto, o computador pessoal transformou o leitor em usuário, obrigando-o a enfrentar as peculiaridades das fontes tipográficas sem muito preparo.

RECURSOS TENTADORES
O menu de fontes se apresenta repleto de opções de estilo e recursos tentadores, algumas vezes acessados inadvertidamente.

O livro conta a história inusitada da funcionária de uma empresa de seguros de saúde que foi demitida por enviar um e-mail com o texto integral em letras maiúsculas, dando a entender que ela estava elevando o tom de voz na mensagem para o cliente.

Em trabalhos profissionais, como logotipos, as fontes se transformam em matéria-prima fundamental para identificar empresas.

A fonte Unity, usada no logotipo da famosa bola Jabulani, na Copa do Mundo de 2010, compôs também os números e nomes nos uniformes dos jogadores de seleções como Alemanha e Espanha, patrocinadas pela Adidas.

Essa fonte foi desenhada por Yomar Augusto, citado de passagem no livro, sem mencionar que ele é brasileiro.

É um exemplo de como o design tipográfico brasileiro tem evoluído, em quantidade e qualidade.

EXPRESSIVIDADE
O livro traz depoimentos dos criadores de fontes digitais e análises breves de tipos notórios, como a badalada Helvetica e a controversa Comic Sans, que alcançam públicos distintos, em condições diversificadas.

Explica também por que as aplicações em sinalização viária ou em aeroportos privilegiam a legibilidade e a funcionalidade, enquanto em uma embalagem ou em uma capa de livro elas buscam, antes de tudo, expressividade e personalidade.

Julgar os atributos formais das fontes e avaliar as sensações que um texto pode, e deve, expressar por meio das letras faz parte do trabalho de um programador visual.

Após a leitura deste livro, contudo, o usuário comum se sentirá mais familiarizado com a linguagem tipográfica e com o senso crítico um pouco mais apurado.

ESSE É MEU TIPO
AUTOR Simon Garfield
EDITORA Zahar
TRADUÇÃO Cid Knipel
QUANTO R$ 44,90 (360 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo
CLAUDIO ROCHA é tipógrafo e coeditor da revista "Tupigrafia"

quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Jornal Ex. Edicão completa", diversos autores

Para saber mais, clique aqui.

Para quem curte ou quer conhecer a Imprensa Alternativa. O Ex- foi um jornal sensacional. Para acessar a edição em pdf, clique aqui.

Leia a sinopse publicada no site da Imprensa oficial de São Paulo:

"Produzido entre 1973 e 1975, com periodicidade mensal, o jornal EX- foi um dos expoentes da chamada mídia alternativa durante a ditadura militar, reconhecido por suas reportagens aprofundadas, textos ácidos e imagens provocativas. Suas 16 edições e quatro especiais estão agora reunidas em publicação fac-símile produzida pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e o Instituto Vladimir Herzog. Para dar a exata dimensão da ousadia criativa e oposicionista do EX-, a capa da primeira edição trazia Hitler, nu, tomando sol em uma praia tropical. No expediente, o alerta de que a distribuição era própria, com a expressão “garantida” entre parênteses. E o aviso Nenhum Direito Reservado. Já a manchete e a matéria de capa do 16º acabaram sepultando o jornal, tornando-se a última edição distribuída sob o nome EX-. Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós a morte do jornalista Vladimir Herzog, que revelava o assassinato de Herzog pelos militares, em outubro de 1975, e vendeu 50 mil exemplares. A nova edição, feita pelos editores da época e os profissionais da Imprensa Oficial, traz toda a história da publicação e contextualiza a verdadeira saga que foi produzir esse tipo de publicação durante a repressão: as inúmeras visitas dos militares à redação, as ameaças de morte e as prisões no DOPs. Mas, acima de tudo, havia o prazer do convívio com grandes nomes do jornalismo nacional".

terça-feira, 3 de julho de 2012

"Exclusiva", Annalena McAfee


Leia a sinopse (Publifolha) abaixo e o link para a entrevista com a autora publicada no caderno "Ilustríssima", da Folha de S. Paulo, no último domingo.

Janeiro de 1997. A popularização da internet anuncia uma crise no jornalismo escrito, crise esta que passa - em graus variados de negação - despercebida pelas grandes redações. Mesmo a jovem Tamara Sim, responsável por uma coluna sobre celebridades no jornal The Monitor, parece descrente do futuro digital de sua profissão. O que ela quer é migrar da página de fofocas para o prestigioso suplemento literário que o The Monitor publica aos domingos. A chance vem na forma de um perfil da septuagenária Honor Tait, lendária correspondente de guerra e uma das decanas do jornalismo inglês. O encontro entre as duas não podia ser mais desastroso.


Em meio a um clima hostil e de desconfiança, Tamara investigará a fundo o passado de Honor Tait, enquanto a correspondente constata o declínio de seu prestígio e poder. Quanto mais Tamara tenta desvendar os segredos de Tait, mais ela se retrai em sucessivas cortinas de fumaça. Mas, afinal, o que ela estaria escondendo? O perfil de Tait acabará se tornando a peça-chave de uma intriga digna das melhores páginas do noticiário. Entre prazos desumanos e mentiras escandalosas, o abismo de gerações que separa repórter e personagem promete se fechar ruidosamente.

É o que basta para McAfee, ela mesma uma jornalista tarimbada, lançar um olhar ácido e crítico sobre o passado e o futuro de sua profissão. Na veia de grandes sátiras ao jornalismo, como Furo, de Evelyn Waugh, Exclusiva se utiliza dos meandros de uma sala de redação para zombar não apenas de repórteres e editores, mas da própria lógica da batida frase "toda história tem dois lados".



Para ler a entrevista, clique aqui.